sexta-feira, 23 de abril de 2010

O que dizer do Japão.

Não sei se posso aqui traduzir o que senti durante toda a viagem. A beleza das imagens me surpreendeu. Planejei esse pequeno giro durante três anos e não imaginei encontrar tamanha beleza, como a que encontrei por aqui. As fotos falam por si só. Além das paisagens, encontrei um povo que, embora seja fechado, é muito acolherdor ao viajante, muito educado e polido, ainda que possa isso soar como falsidade, o que na minha opinião não é. Nunca fui tão bem tratado num local como no Japão. Já estive na Europa algumas vezes e devo dizer: essa beleza peculiar do Japão me parece muito superior à todas as obras de arte européias. Se a Itália possui um terço da obra de arte, o italiano, assim como nós brasileiros, não possuímos um terço da educação do japonês. Infelizmente tratamos nossos turistas com armadilhas para ganhar dinheiro, assim como na Europa, especialmente em Veneza, onde o turista muitas vezes é tratado com desprezo.
Mas enfim, Japão de belezas mil e mistérios por trás dessa beleza, é extremamente encantador, especialmente nesta época da florada das cerejeiras. Elas são de uma beleza de cair o queixo, e surpreendem tanto quando se abrem tanto quanto quando murcham, porque há um sentimento de não conformidade: como pode tanta beleza chegar ao fim. É o ciclo da vida, não tem jeito.
Como toda viagem, boa ou não, chega-se a um fim, embora ainda estou aqui, aguardando meu(s) vôo(s) de retorno.
Valeu muito a pena voar tanto tempo apertado na classe econômica para chegar ao Japão. Faria tudo igualmente, sem qualquer modificação. Viria para cá todo final-de-semana e me hospedaria numa ryokan, dormindo em tatami. Me senti como em casa.

Algumas palavras sobre o blog

Antes de mais nada, quero me desculpar com os eventuais leitores. Sei que fiquei algum tempo sem blogar. Devo isso a uma mistura de cansaço com estupefação. Viajar ao Japão pode ser cansativo, uma vez que muitas das atrações encontram-se em encosta de montanhas. Há trilhas em enormes subidas. Dá-lhe degraus e lances que parecem intermináveis nas escadas. Até trilhas eu fiz, coisa que não tinha feito até então. Muitas vezes o cansaço não me permitia chegar aqui e blogar. Quase todas as noites fui dormir antes das 21 horas.
Também lamento por não poder dar mais informações a respeito dos templos visitados. Muitas vezes este blog mais se comportou como um fotolog. Mas eu mesmo não procurei saber muito sobre os templos, deixando por enquanto apenas para curtir visualmente. A religião japonesa, essa mistura de budismo com xintoísmo é praticamente assunto para livros de intermináveis volumes. Demandaria um estudo que não é, na minha visão, compatível com uma viagem de lazer.
Acredito ao contrário, que a beleza das imagens falam por tudo.
Mas quero desde já agradecer a todos que me parabenizaram pelas fotos e pela iniciativa do blog.

Alguns mitos(ou não) sobre o Japão e japoneses.

1. O Japão é o país mais caro do mundo:

Verdade, em termos. O item que mais pesa no bolso do viajante aqui é o transporte entre as cidades. Um bilhete só de ida de Tóquio a Quioto, no Nozomi, o trem-bala mais moderno, em assento reservado custa por volta de dezesseis mil ienes, ou trezentos e vinte reais, aproximadamente. Porém, faz o percurso de oitocentos quilômetros em apenas duas horas e vinte. Há outras opções de transporte mais em conta, como ônibus ou mesmo o trem comum, que faz o percurso em oito horas. Há opção de aquisição de um passe chamado JR Pass, fora do Japão, que dá direito a viagens ilimitadas dentro da malha da JR, exceto o Nozomi.
Eletrônicos aqui custam o mesmo que no Brasil, nem mais caros, nem mais baratos. Evidente que há alguns que só se encontram no Japão, mas comparados com preços dos Estados Unidos, são de fato mais caros.
Alimentação e hospedagem: mesmo preço do Brasil, talvez um pouco mais caro. No Japão, pode-se hospedar em um bom hotel pagando entre 3.700 ienes (ou 60 reais) em albergue da juventude, ou por volta de 5 a 6 mil ienes (100, 120 reais) um quarto para uma pessoa, podendo ser de muito boa qualidade. Estamos falando em algo em torno de 50 dólares ou 60 dólares. Um bom hotel de qualidade mediana custa o mesmo no Brasil. Comida boa aqui no Japão custa mais barato que na Europa e Estados Unidos. Por menos de 1000 ienes ou 20 reais, pode-se comer comida de verdade. Na Europa e Estados Unidos, normalmente por tal preço somente lanches. Encontrei restaurantes onde por 1300 ienes (coisa de 16 reais), podia comer livremente durante uma hora, uma hora e meia, num bufê variado. Muito mais em conta que nos Estados Unidos e Europa, e talvez até mais em conta que muitos restaurantes das grandes cidades Brasileiras.

2. Comida Japonesa é saudável. Em termos. Como em todos os lugares, há opções saudáveis e outras nem tanto. Japoneses comem muito soba, o nosso conhecido miojo, com umas duas fatias de carne por cima, cebolinha. As vezes acompanhadas de arroz com uma cobertura de curry. Não acho isso nada saudável, além da grande presença de frituras. Alguns japoneses parecem só comer isso. Claro que há o Missoshiru, o caldo de misso, pasta de soja, muito saudável. É fácil encontrar legumes e verduras por aqui, pelos memos preços do Brasil. Mas assim como no Brasil, alguns japoneses não comem comida saudável.

3. Fala-se fluentemente inglês no Japão. Falso! Nas grandes cidades há placas com instruções em inglês, com o nome no nosso alfabeto além do Kanji. Mas nem todos os japoneses, assim como nem todo os brasileiros, falam inglês. Alguns falam um inglês totalmente ajaponesado e outros não falam absolutamente nada. Não é empecilho nenhum para se viajar, mas não quer dizer que não haverá confusões e pequenos aborrecimentos. Porém, a gentileza e educação dos japoneses pode compensar qualquer dificuldade de comunicação.

4. Os japoneses são educados. Sim, com certeza! Em todos os lugares que estive fui bem atendido. Não me senti em nenhum lugar menosprezado, mal atendido por ser ocidental. Mesmo nas ruas, sempre houve pessoas solícitas. Em algumas oportunidades enquanto eu estava parado, olhando no mapa, alguns perguntaram se estava tudo bem, se não estava perdido. Não há mal atendimento em lojas! A polidez, para o japonês é muito importante e isso sim é uma lição a nos ensinar com toda certeza.



Estátuas no parque da paz. A primeira fala sobre o infinito. A segunda é uma homenagem da cidade de Santos a Nagasaki, considerada cidade irmã. a Terceira, estátua da paz, erguida dez anos após a explosão, apontando para um caminho de paz.
Posted by Picasa



Parque da Paz. Marco zero da explosão da bomba atômica. Monumento aos mortos pela bomba, o que restou de uma catedral e uma estátua que homenageia as crianças, mães e idosos, principais vítimas da bomba atômica.
Posted by Picasa


Acima estátua de Giacomo Puccini, compositor italiano de diversas óperas, dentre elas Madame Butterfly, que se passa no Japão da era Meiji (1868-1912). Na segunda foto, de Miura Tamaki, a mais famosa intérprete de ChoCho-san, a prima donna da ópera. Trata-se de uma homenagem a essa ópera que se passa no Japão. A fonte na terceira foto, além de jorrar água toca músicas clássicas.
Posted by Picasa

Parque Glover





Parque Glover. Nagasaki. Construído por Thomas Glover, um empreendedor inglês que chegou a Nagasaki durante os primeiros anos do período Meiji (1868-1912) e contrubuiu para a modernização do Japão. O local era a casa de Glover e após foi considerado de utilidade pública e transformado num parque.
Posted by Picasa

Vista de Nagasaki a partir do parque Glover
Posted by Picasa
Chinatown em Nagasaki. Assim como em outras cidades japonesas, como Yokohama, os japoneses possuem uma colônia chinesa no Japão.
Posted by Picasa




Kofuku-ji - Parece a mesma denominação, mas a escrita em kanji é diferente da do Kofuku-ji já blogado.
Posted by Picasa


Ponte dos óculos - Assim denominada em razão da forma como a ponte e seu reflexo na água tomam.
Posted by Picasa



Templo Xintoísta Suwa.
Posted by Picasa


Local de martirização de vinte e seis católicos no Século XVI.
Posted by Picasa




Kofuku-ji - Nagasaki
Posted by Picasa

Nagasaki




Templo Fukusai-ji em Nagasaki. Esse buda, salvo engano, possui fortes influências católicas. Observe que ele parece vestir o hábito dos padres e possui uma postura muito semelhante a de um santo católico. Foi em Nagasaki que os portugueses chegaram no século XV e trouxeram o catolicismo ao Japão.
Posted by Picasa

domingo, 18 de abril de 2010

Nagasaki, última parada

Já já é hora de ir para Nagasaki, na ilha de Kyushu. Minha última parada antes do retorno a Tóquio antes do retorno ao Brasil. O sentimento é misto, vontade de continuar viajando, mas já sinto falta das minhas coisas, comida e rotina.

sábado, 17 de abril de 2010





Mais mar interior do Japão. Primeira foto é a costa pro lado de Hiroshima, que fica num delta.
Posted by Picasa