Após uma noite relativamente boa de sono, levantei-me antes das oito e fui direto ao Palácio Imperial. Primeira vez nas ruas de Tóquio, durante o dia. Alguma confusão usando o metrô, mas aos poucos vou me acostumar. Na saída da estação, o meu primeiro encontro ao vivo com as cerejeiras em flor. Beleza ímpar contemplada pelos japoneses há dezoito séculos. Um giro pelo Palácio imperial observando a beleza das suas construções, o formato curvo da muralha que sobe pelo fosso. O palácio foi desde o período Edo (1600-1868) sede do poder na cidade, antigamente exercido pelo Shogun. Após, com a restauração Meiji (1868), foi transformado em palácio imperial, que transformou a antiga cidade de Edo na capital Tóquio.
Dali, segui para o Templo Yasukuni, um dos locais mais controvertidos, uma vez que é dedicado aos soldados japoneses mortos na segunda guerra mundial. Há em anexo um museu que conta toda a história de militarização do Japão, desde os samurais, mostrando armaduras, espadas e outros apetrechos de quase mil anos de idade, bem como apetrechos dos soldados modernos, usados nas guerras japonesas especialmente a partir do período Meiji (após 1868), período no qual o Japão se envolveu em inúmeras guerras. Havia uma exposição especial sobre o Kamikaze. Essa palavra significa, literalmente, "vento divino" e foi usada a primeira vez no século treze como denominação de um tufão que, após apelos do imperador, destruiu as embarcações mongóis que iriam invadir o Japão. Após, durante a segunda guerra mundial, era o nome dos soldados suicidas. No museu há apetrechos desses soldados, bem como fotos. A maior parte do material está em japonês, porém as imagens impressionam. Fora isso, o Yasukuni Jinja (templo) está rodeado de cerejeiras em flor nesta época, e de barracas de comida. Comprei um pacote de doces feitos a partir da flor de cerejeira, e também um espetinho de Dango, que é um bolinho de arroz temperado com um molho a base de shoyu, e, o que pedi era enrolado em alga nori. O vendedor repetia, para vender os bolinhos, um velho ditado japonês que diz: bolinhos de arroz ao invés de flores (Hana yori dango), que significa que devemos dar preferência à praticidade que simplesmente contemplar a beleza. E repetia isso durante todo o tempo.
A seguir fui a Ginza, um distrito de compras. Aliás, acho que é onde os habitantes de Tóquio gostam de gastar dinheiro, muito dinheiro. Lá se encontam marcas famosas, e lojas de departamentos muito antigas, algumas datam do século XVII. Também é sede do prédio da Sony, onde se pode observar as inúmeras inovações tecnológicas. Logo no saguão havia um televisor em 3D em 360 graus. Conforme se andava, poderia observar a imagem, no caso um desenho animado de um cachorro correndo, em 360 graus, de frente, de lado, de costas. Além disso várias instalações mostrando os futuros monitores, televisores em 3D, mp3 player e, no último andar uma loja de compras. Os preços são praticamente os mesmos praticados no Brasil.
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